A internação provisória vai durar 45 dias A adolescente de 17 anos que confessou, segundo a Polícia Civil, o envenenamento de duas jovens ...
A internação provisória vai durar 45 dias
A adolescente de 17 anos que confessou, segundo a Polícia Civil, o envenenamento de duas jovens da mesma idade em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, foi apreendida e enviada para a Fundação Casa na terça-feira (3).
"A autoridade policial solicitou ao Poder Judiciário a apreensão de uma adolescente envolvida na ocorrência e o pedido foi deferido. A jovem, de 17 anos, confessou ter colocado veneno em um bolo entregue à vítima", afirmou a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
A internação provisória vai durar 45 dias, de acordo com o delegado Vitor Santos de Jesus, responsável pela investigação do caso.
"A internação vai durar 45 dias que é o que prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), 45 dias de internação provisória até que seja realizado o processamento do caso dela e o julgamento", afirmou.
Ela pode ficar internada por até três anos, segundo Jesus.
"Esse prazo [de 45 adias] deve emendar possivelmente, em caso de condenação, com uma pena que pode ser aplicada a ela de até três anos. Também, de acordo com o ECA, não pode ser uma pena maior que essa, em razão de ela ser adolescente", explicou o delegado.
A adolescente Ana Luiza de Oliveira Neves, também de 17 anos, morreu no domingo (1º), depois de receber em casa um bolo entregue por um motoboy com um bilhete anônimo. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
A adolescente infratora admitiu, segundo a polícia, o envenenamento por arsênico. Ela também confessou ter envenenado da mesma forma uma outra jovem, em 15 de maio, que quase morreu, segundo os investigadores.
De acordo com a polícia, ela teria agido por ciúme das duas. Um jovem com quem ela teve um relacionamento teria se envolvido com as vítimas. A investigação começou na segunda-feira (2), e o rapaz deve ser intimado a depor nos próximos dias.
Segundo a polícia, a suspeita confessou ao delegado Vitor Santos de Jesus que teria comprado o material tóxico pela internet, o que ainda será analisado na investigação. O corpo da vítima foi levado ao IML (Instituto Médico Legal), que realizou autópsia. O resultado deve ficar pronto em cerca de 30 dias.
A jovem teria feito um brigadeiro para cobrir o bolo que enviou junto com o bilhete anônimo. Ela teria colocado o veneno sobre o doce.
Ela teria agido da mesma forma nos dois casos, de acordo com a investigação. As duas vítimas receberam o doce junto com bilhetes anônimos que as elogiavam.
Segundo apurou a Folha de S.Paulo, a polícia conseguiu identificar a placa do veículo do motoboy que fez a entrega. Ele teria ajudado a identificar o endereço da suspeita, que depois confessou o ato à polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência, por volta das 17h de sábado (31), a irmã de 18 anos de Ana Luiza recebeu o bolo de pote em casa, no Parque Paraíso. Havia um bilhete com a frase "Um mimo pra garota mais linda que já vi" e, no verso, estava escrito Lulu Linda.
Ana Luiza chegou em casa cerca de uma hora depois e comeu o bolo. Por volta das 18h50, ela começou a passar mal. O quadro se agravou e o pai da jovem a levou para um hospital particular. A adolescente foi atendida e diagnosticada com intoxicação alimentar. Depois de medicada, ela recebeu alta.
Porém, no dia seguinte, por volta das 16h, ela passou a ter sintomas mais graves e novamente foi levada ao pronto-socorro, onde já chegou sem sinais vitais.
De acordo com o registro policial, consta no relatório médico que Ana Luiza chegou ao pronto-socorro após aproximadamente 20 minutos de parada cardiorrespiratória. Ela estava cianótica (coloração azulada ou acinzentada da pele, decorrente de oxigenação insuficiente do sangue), com hipotermia, sem batimentos cardíacos e sem respiração.
A equipe médica realizou diversos procedimentos de reanimação, incluindo reanimação cardiopulmonar, mas não teve sucesso.
O motorista Silvio Ferreira Neves, pai de Ana Luiza, disse que a filha era amiga da suspeita. Ele falou com a imprensa ao deixar a delegacia de Itapecerica da Serra.
Segundo ele, as duas jovens eram amigas de escola, e a suspeita frequentava a sua casa. Ela teria acompanhado de perto a situação da vítima, mas sem demonstrar remorso, disse o pai.
Além disso, Silvio afirmou que a adolescente suspeita estava na residência da vítima quando houve a notícia da morte. "Ela me abraçou e disse que ia ficar tudo bem", relatou.
Emocionado, Silvio descreveu o momento como "uma dor muito grande". "Levou um pedaço de mim embora. Minha filha que eu amava. Trabalhava, era responsável, não mexia com nada ilícito."
"Eu queria falar pra toda a população que alertem seus filhos para não receberem nada de ninguém e não comerem nada de ninguém", afirmou.
Com informação: Folhapress
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