Zezinho Borges: a trajetória de um sonho

A vontade de descobrir novos sons, o método autodidata ao tocar canções desconhecidas e, certamente, o dom da música, sempre acompanharam ...

A vontade de descobrir novos sons, o método autodidata ao tocar canções desconhecidas e, certamente, o dom da música, sempre acompanharam a vida do sanfoneiro Zezinho Borges. Amante da música, desde criança associava qualquer barulho a batida de um instrumento. Aos 13 anos, recebeu uma sanfona infantil de presente do pai, Urias. Com pouca habilidade, reproduzia as notas das músicas que ouvia, surpreendendo seu pai que decidiu, então, investir em sua carreira. O apoio e a divulgação de seus irmãos também foram fundamentais. Ao ser levado para tocar em um comércio, acabou chamando a atenção do dono de um supermercado, Sr. Guilherme, que o presenteou com sua primeira sanfona profissional. A sua dedicação e a ajuda concedida pelo pai, que também tocava o instrumento quando era jovem, o levou a uma rápida evolução. Aos 18 anos, já tocava profissionalmente. Trabalhou por 20 anos com uma banda de baile – Banda Evolução (“Os Porquinhos”) – acompanhando vários artistas locais. Logo em seguida, foi convidado para fazer parte do conjunto musical da dupla Bonni e Belluco, onde permaneceu por dois anos. Nesse período, conheceu Gustavo Beltrão, que o indicou para substituí-lo como sanfoneiro de Chico Rey e Paraná. Em agosto de 2021, completam-se dez anos com a dupla sertaneja. Desde então, encontros com artistas consagrados no meio musical se tornaram frequentes, mas a admiração e o sonho em conhecer Zezé de Camargo, seu grande ídolo, sempre permaneceu. Foi durante uma pescaria no Pantanal, realizada em fevereiro de 2020, que o encontro aconteceu. Zezinho não cogitou recusar o convite feito por Paraná e, desde a pescaria, a conexão com seu ídolo ultrapassou o limite de fã, tornandose uma amizade sólida, com direito a grupo no whatsapp e encontros com o músico. “Meu objetivo era cantar uma música com ele, mas não achava que iria participar do convívio como hoje. Me sinto realizado na música. Faço o que gosto, conheci o artista que sempre admirei e ele reconheceu o meu talento”, afirmou emocionado

Texto escrito pelo jornalista

Pedro Rodrigues